ATA DA DÉCIMA QUARTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA NONA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA, EM PRORROGAÇÃO, DA NONA LEGISLATURA, EM 08.01.1987.
Aos oito dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Quarta Sessão Extraordinária da Nona Sessão Legislativa Extraordinária, em prorrogação, da Nona Legislatura. Às dezessete horas e um minuto foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, André Forster, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nei Lima, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Chaise, Valdomiro Franco, Werner Becker, Cláudio Dubina e Wilson Santos. Constata a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, em 2ª Sessão, estiveram o Substitutivo do Ver. Hermes Dutra ao Projeto de Lei do Executivo n.º 84/86, discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Frederico Barbosa e Nei Lima; Projeto de Lei do Executivo n.º 01/87. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezessete horas e trinta minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária, a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Brochado da Rocha e secretariados pelo Ver. Frederico Barbosa. Do que eu, Frederico Barbosa, 2.º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.
O SR. PRESIDENTE: Havendo número legal,
declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária, destinada à
apreciação da matéria constante da Pauta.
A seguir, passaremos à
2ª SESSÃO
PROC. 2632 - SUBSTITUTIVO do Ver. Hermes Dutra, ao
Projeto de Lei do Executivo n.º 84/86, que dispõe sobre a remuneração dos
Secretários Municipais e dá outras providências.
PROC. 014 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 01/87, que especifica as obras do Projeto PROSAVI e
autoriza a aplicação de recursos de convênio.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para discutir
a Pauta, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ainda sobre o mesmo tema: aumento dos Srs. Secretários e Diretores
de autarquia, etc. Sobre os “etceteras” quero, em primeiro lugar, lançar o meu
protesto e estranheza sobre as diferenciações que se fazem no art. 4º (Lê.):
“Assessor Jurídico do Prefeito, Assessor Engenheiro do Prefeito, Assessor
Economista do Prefeito, Assessor Especialista do Gabinete de Relações Públicas
do Prefeito, Assessor Especialista do Gabinete de Imprensa do Prefeito,
Coordenador do Gabinete Executivo do Prefeito”. Confesso aos Senhores, como
profissional na área de comunicação, que não conheço essa categoria de Assessor
Especialista de Relações Públicas, nem Assessor Especialista de Imprensa.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Estas denominações são copiadas do Projeto original.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu estou me referindo ao
Projeto original.
O Sr. Nei Lima: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O que ocorre é que, quando o Sr. Collares assumiu a
Prefeitura, já existiam estes cargos. Portanto, poder-se-ia dizer o “Chefe do
Gabinete de Imprensa”, o “Chefe do Gabinete do Prefeito”, etc. Então, se
usariam estas denominações. O Assessor Especialista é o jornalista responsável,
é um Diretor, um chefe, mas já existia esta denominação. Talvez isto tenha que
ser feito através de um Projeto de Lei, mas como o Projeto de Lei tem uma
tramitação e o cargo seria o mesmo, só mudaríamos a nomenclatura do cargo, por
isto é que está a expressão “Assessor Especialista”.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: O seu aparte é oportuno e
correto, mas eu não terminei a minha intervenção. Nos parágrafos 1.º e 2.º se
faz uma diferenciação. O Assessor Jurídico, o
Engenheiro e o Economista vão ganhar 80% da verba de representação de
Secretário Municipal. Agora, os porcarias dos Relações Públicas do Gabinete de
Imprensa e do Executivo vão ganhar 50%. Qual é a diferença? Estes cargos
tiveram igual exigência de curso universitário! Como V. Exa. bem registrou,
esses cargos correspondem a chefias de setores igualmente, com a mesma
exigência. Por que discriminar o jornalista e um RP em relação a dinheiro? Não
entendo. Também não entendi a discriminação em relação ao Sr. Diretor do DEP.
Os Diretores-Gerais de Autarquia, DEMHAB e DMAE, vão ganhar o equivalente a
Secretário. O coitadinho do Diretor do DEP vai ganhar 80%. Passaram o homem do
DEP para trás. Acho, Ver. Nei Lima, me antecedendo e respondendo a sua
intervenção anterior, que, no tempo que o Prefeito Collares manda este Projeto
apenas com aumento, ele poderia mandar um projeto com a reformulação do quadro,
incluindo os novos salários, sem nenhum problema. Já corrigiríamos as duas
coisas simultaneamente. Concordo com V. Ex.ª: a discriminação é do tempo do
Prefeito Dib. E, anteriormente, na administração do Ver. Valdir Fraga, eu
briguei porque também se pretendia fazer discriminação entre o RP e o Chefe de
Gabinete de Imprensa da Casa. O RP ganha mais do que o Chefe do Gabinete de
Imprensa da Casa, quando estes dois funcionários têm o mesmo tempo de
universidade, o mesmo tempo de informação, apenas com cadeiras diferentes e,
obviamente, com funções diferentes. Essa é uma área que conheço bem, que é,
afinal de contas, a minha área profissional, e consegui junto à Mesa e à
Assessoria Técnica da Casa, evitar essa discriminação entre o RP e o Chefe de
Gabinete de Imprensa da Casa. E conseguimos evitar a discriminação desses
homens ou mulheres em relação aos Assessores.
O Sr. Nei Lima: Talvez porque o Relações
Públicas se relacione muito mais com jornalistas.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Mas vejam que há, também,
essa discriminação em relação ao Assessor Engenheiro, em relação ao Assessor
Arquiteto, em relação ao Assessor Jurídico, porque, no fundo, são Assessores de
padrão 10, como no nosso caso. Aqui, no nosso Gabinete de Assessoria Técnica,
tenho essa informação. Imaginem o que pode originar! Vejam a linha para onde
vai essa responsabilidade. Mas entendo que é a mesma. Entendi V. Exa.
O Sr. Nei Lima: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Todos os projetos desta Casa, inclusive os nossos,
passam por todos os especialistas, pelas nossas assessorias.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: No meu gabinete uso a mesma
estratégia, pois não entendo de um monte de assuntos. Assim, são nossos
colegas...
O Sr. Nei Lima: Até porque estamos muito
mal-estruturados. Continuamos pouquinhos, além do que devemos desembolsar, é
claro. É nesse raciocínio que quero expressar. V. Exa. tem razão e talvez
pudéssemos modificar, tendo em vista essa discriminação. Acredito que possamos
conversar sobre o assunto e que até possamos equipará-los da mesma forma. Ou se
reduz,ou se aumenta.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Para definir melhor, o Assessor Especialista, no caso
do Assessor do Sr. Prefeito - é Especialista mesmo, pois conseguiu publicar um
decreto de 31.12.87 em 31.12.86. Se publicado no mesmo dia já é ato para
especialista, imagina com um ano depois.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Acolho seu aparte, mas
quero fazer um rápido cálculo. O que me trouxeram aqui é em relação a cálculo
provável. Se nós tivermos um Secretário ou Diretório de Autarquia que seja
funcionário público, ele vai ganhar, então, os Cz$ 45.000,00, com adicional de
25% vai entrar mais Cz$ 11.250,00, que dá um valor de Cz$ 56.250,00. Se tiver,
por exemplo dez avanços, vai ganhar mais 70%, que vai dar Cz$ 96.050,00. Se
tiver regime especial de 50%, vai pegar mais Cz$ 144.300,00. Ou seja, nós, na prática,
corremos o risco de criar, de fato, alguns Secretários ou Diretores de
autarquias que sejam, funcionários municipais, verdadeiros marajás. Vão ganhar
quase igual ao Prefeito. Ou talvez, se o Prefeito ficar com 2/3 daquela Lei que
considero escandalosa, da Assembléia - isto é problema dos Deputados lá na
Assembléia - vão ganhar mais do que o Prefeito, que está em torno de Cz$
100.000,00, e os Secretários vão ganhar Cz$ 144.300,00. Este é um cálculo
interessante para se pensar. Não aqueles Secretários que vem de fora, mas
aqueles que, sendo funcionários de carreira, vão poder jogar com uma série de
avanços, uma série de vantagens que todo o funcionário tem. Vão conseguir
ganhar a bagatela de Cz$ 144.300,00, além das mordomias tradicionais. Então,
parece-me, realmente, que aí é, até, discriminatório em relação ao Vereador que
paga a conta do seu telefone, que paga o carro, que paga a gasolina do carro,
que sustenta a despesa do carro e que paga, como bem falou o Ver. Nei Lima, em
certos casos, dependendo da necessidade de cada Vereador, até assessores quando
não os tem em número suficiente, e boa
parte dos Vereadores que não tem cargos aqui na Casa tem esse problema.
Então, parece-me um absurdo que nós corramos o risco, e eu concluo, Sr.
Presidente, de propiciarmos este tipo de discriminação. Vamos ter Vereadores
Secretários ganhando Cz$ 45.000,00, vamos ter Prefeito com Cz$ 100.000,00 e
vamos ter Secretário com Cz$ 144.300,00. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
Frederico Barbosa.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, realmente não sei se pelo cansaço de permanecermos desde às 10h da
manhã ouvindo e debatendo com o Prefeito de Porto Alegre, mas, por forças das
circunstâncias, não me parece o melhor dia ou a melhor tarde para se discutir o
aumento do Secretariado Municipal. Não me parece, tendo em vista, inclusive,
tudo o que nós ouvimos e a maneira como nós ouvimos o que foi dito aqui, neste
Plenário, pelo Prefeito Municipal, desde às 10h da manhã. Diga-se de passagem,
quem sabe arranho até o Regimento, mas não poderia sair daqui, hoje, sem dizer
que foi a melhor coisa que ouvi, nos últimos tempos, sem demérito nenhum aos
que falaram no dia de hoje. Isso faz com que o meu modestíssimo voto, do ano
passado, do ano retrasado à Presidência da Casa seja um voto do qual me orgulho
extremamente. Durante este tempo todo, e hoje mais, porque a melhor coisa que
ouvi, nesta Casa, foi, hoje, o Ver. André Forster. V. Exa. orgulhou aquele
modesto voto que proporcionou unanimidade a V. Exa. quando se elegeu
Presidente. Foi sem dúvida nenhuma uma bela manifestação. V. Exa. foi,
realmente, muito feliz. E por tudo isso que V. Exa. salientou é que me parece
extremamente penoso examinarmos, agora, o aumento do Secretariado Municipal. E
o digo porque sofri, na carne, durante sete meses, no ano retrasado, sendo
Secretário de Educação e Cultura do Município e tendo que receber o salário que
recebi durante aquele tempo em que o Prefeito de Porto Alegre, João Antonio
Dib, não admitia aquilo que tachara de imoral, que era a convocação para tempo
integral, coisa que, não sendo legal, está institucionalizada nesta
Administração, que só não teve o Secretariado Municipal convocado para
Dedicação Exclusiva, o que é público e notório, porque dois Srs. Secretários
não têm o curso superior. E não estou dizendo nenhum segredo, porque isto está
declarado aos sete ventos.
O Sr. Nei Lima: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O Projeto é claro, quando ele diz que não pretende
dar o Regime de Dedicação Exclusiva. O Prefeito Municipal atualmente não dá
Dedicação Exclusiva, porque acha que não é conveniente, não pela figura de dois
Secretários que não possuam o curso superior, pois que não é demérito algum.
Vai para o Secretariado quem tem capacidade, embora talvez, até, não tenha a
capacidade de quem tem diploma. Mas eu quero dizer a V.Exa. que não é isso,
porque, se fosse esse o espírito do Prefeito Alceu Collares, ele daria o Regime
de Dedicação Exclusiva, e o Regime de Tempo Integral para os demais. Não é essa
a finalidade do Sr. Prefeito Municipal, e sim regulamentar o ganho dos
Secretários Municipais. V. Exa. sabe o quanto é difícil administrar a
Secretaria com Dedicação Exclusiva, diga-se de passagem, inclusive deixando
problemas familiares e pessoais para trás para poder atender aos compromissos
do Município.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Eu agradeço o seu aparte.
V. Exa., certamente, pelo peso do dia, não entendeu o início do meu
pronunciamento. Não existe nenhum Secretário ganhando pouco. Vamos deixar isto
bem claro. Quem ganhava pouco, ganhava Cz$ 8.000,00, era o Secretariado do
Governo passado. Este, de agora, V. Exa. ainda não trouxe, e pedi à funcionária
Teresinha Casagrande, há mais de 10 dias, que me traga o valor correto, mas o
valor não está longe do que está pretendendo o Ver. Hermes Dutra. O
Secretariado está ganhando mais de Cz$ 130.000,00, porque está convocado, e o
Secretariado do Prefeito João Antonio Dib não estava convocado, porque ele
achava imoral este tipo de convocação. Só não entende quem não quer. E não fiz
alusão ao curso superior em demérito a ninguém, apenas porque a Lei não permite
o regime de Dedicação Exclusiva a quem não o possui. Caso contrário, o
Secretariado, hoje, estaria ganhando mais do que está proposto no Substitutivo
do Ver. Hermes Dutra, ou seja, bem mais do que os Cz$ 45.000,00. Agora, só não
tenho este dado, porque o Ver. Antonio Hohlfeldt tem razão: a Bancada do PDT,
às vezes, faz ouvidos de mercador. Há 10 dias que eu pedi a sua Assessoria,
nesta Casa, que traga os dados dos salários corretos, inclusive porque -
palavras textuais minhas - preciso defender o aumento, mostrando à população
que não é aumento, mas sim, uma reorganização do salário do Secretariado
Municipal.
Volto ao início do meu pronunciamento. O que de melhor aconteceu hoje
foram as palavras do Ver. André Forster. A Casa, depois de seis horas de
debates, ficou literalmente molhada. A Casa do Povo de Porto Alegre foi,
literalmente, molhada pelo temporal que caiu com a saída do Sr. Prefeito do
Plenário. Não há outra definição no meu pensamento. Facilitou? Não! No meu modo
de ver, prejudicou. Para mim passou a ficar muito difícil aprovar qualquer
outro projeto. O Vice-Líder da minha Bancada foi obrigado a intervir para
mostrar ao Prefeito que, de vez em quando, coisa rara, ele poderia fazer
justiça a alguns, raríssimos talvez. Com muita força ele até aceitou que teve
todos os projetos de 87 aprovados, e sempre a Bancada do PFL, no momento que
examinou os projetos e achou conveniente, deu o voto. Dando o voto, muitas
vezes, lhe foi tirada a escada por um Vereador do qual, até agora, não foi
citado o nome, quem sabe por sua ausência no dia de hoje, mas que nos colocou
numa situação de constrangimento, a nós da Bancada do PFL, quando disse que
participávamos de uma verdadeira negociata, de uma nova MAGUEFA para aprovarmos
o Projeto, que faltou um voto e que o PFL se fez presente através de dois
votos, sendo um deste Vereador. Portanto, o dia é constrangedor, Srs. Vereadores,
para tratarmos de aumento. A última circunstância do Prefeito, nesta Mesa, foi
dizer que não aceitava nada da área jurídica, da área judiciária, mas que, se
perdesse tudo, não tinha nada. E nós estamos, agora, examinado, no final da
tarde, um aumento para o Secretário. Depois da Casa completamente molhada,
encharcada pela chuva trazida pelo Prefeito de Porto Alegre, que disse que não
terá dinheiro se a Justiça for acionada. Nós ainda não temos nenhuma decisão
sobre acionar ou não, e, se acionada, ainda teríamos que aguardar solução.
Vamos falar e examinar o aumento do Secretariado. Eu tenho constrangimento, a
partir de hoje, com a presença do Prefeito e com o que o Prefeito disse, de
votar este e outros projetos. Tenho e, se depender do meu constrangimento,
alguns outros poderão, também, estar constrangidos, porque o Prefeito não
colaborou, em absolutamente nada, a não ser com esta chuva que está aqui e
molhou a Casa inteira e nós teremos que ficar mais um pouco para não ficarmos
encharcados, com seis horas de um brilhante posicionamento unilateral, como
disse o Ver. André Forster. Portanto, encerro. Não gostaria de me manifestar,
mas, quem sabe, uso o espaço de Pauta e o aumento do Secretariado, vaga,
inclusive, que tive a honra de exercer durante algum tempo no governo passado,
para desabafar, porque não agüentaria o abafamento e a molhaçada em que a Casa
se envolveu. Não agüentaria sair daqui sem dizer que valeu muito pouco, não
valeu nada, acho que atrapalhou muito, acho que atrapalhou demais. Era isso,
Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nei
Lima.
O SR. NEI LIMA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, após ouvirmos o Vereador que não (brilhante discurso!) quer votar
mais nada - está incompatibilizado com o Sr. Prefeito - temos de convir que,
contudo, ele ainda tem levado algumas vantagens, inclusive com a crítica ao
buraco em frente a sua casa. Se ele tirasse o buraco, não tinha mais o que
falar, ficava rouco. Mas o Projeto sofre um Substitutivo. O Vereador que me
antecedeu também falou sobre o Substitutivo. Mas entendemos que o Secretário,
até digo mais, que o Secretário-Vereador possa fazer a opção, a exemplo dos
funcionários públicos quando ocupam cargos dessa natureza. Também os
Vereadores, quando convocados às Secretarias, poderiam fazer tal opção. Assim,
não mais ocorreria o que ocorreu com os Vereadores Jorge Goularte, Frederico
Barbosa, Hermes Dutra e outros, quando assumiram cargos de Secretários, dando
total dedicação à função exercida, com uma remuneração inferior a que ganhavam
os Vereadores. Os doutos entendem que não deve ser dessa forma. Mas questiono o
porquê do Secretário, Vereador eleito, e convidado a ser Secretário, não poder
levar a sua remuneração, que é do cargo de Vereador. Então, nesse sentido,
questionarei, apesar de concordar inteiramente com o Ver. Antonio Hohlfeldt
quando afirma que existem discriminações com referência às pessoas que estão em
alguns cargos e outras em cargos semelhantes. O Jornalista e o Relações
Públicas têm praticamente o mesmo curso. Seria até uma incongruência, mas fazem
o curso pelo mesmo período, mesmo número de cadeiras, mudando apenas algumas
cadeiras no final do curso. É nesse sentido que devemos analisar tal situação.
Vou falar com o Ver. Antonio Hohlfeldt para verificarmos a possibilidade de
emendarmos o Substitutivo do Ver. Hermes Dutra para que as distorções sejam
corrigidas.
Agradeço ao Ver. Clóvis Brum, que me acena dando seu apoio ao que falo.
Gostaria que todos os Srs. Vereadores, como o Ver. Frederico Barbosa, se
deslocassem para o Balneário de Belém Novo, neste final de semana, e
requeressem suas posições. Os buracos já estão sendo sanados. Uma coisa é
certa, Ver. Frederico Barbosa: o seu buraco não deve ser tapado, para que V.
Exa. possa vir sempre a esta tribuna e fazer as críticas que se fazem
necessárias.
O Sr. Frederico Barbosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Tenho a certeza de que o convite de V. Exa. para que
eu vá a Belém Novo, depois desta molhaçada que a Casa sofreu durante o dia, é
um convite sincero. A não ser que V. Exa. me garanta que o serviço, depois de
um ano e seis dias, foi feito, nem que ele esteja iniciado, não vou, porque não
tenho jipe, não tenho caminhão. Não consigo chegar, desde que esta
administração foi implantada, na minha casa, sob pena de não voltar, porque
deixo os restos do automóvel lá. V. Exa. sabe muito bem, porque a rua de V.
Exa., depois de tanto eu gritar na tribuna, a rua de V. Exa., a Barão de São
José, é uma verdadeira pista. Agora, na minha casa, parece que a história é
aquela que alguém ouviu outro dia: “No lado de lá, onde o Frederico habita,
deixa os buracos.”
O SR. NEI LIMA: V. Exa. está cometendo um
equívoco muito grande. Lá há duas quadras. Uma está em boas condições, a outra,
em que este Vereador mora, para chegar lá, para entrar, é profundamente
difícil. Gostaria que V. Exa. fizesse uma pequena emenda para que os
Secretários ganhassem de acordo com o número de buracos tapados.
O Sr. Frederico Barbosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Critiquei sua Bancada e sua assessoria e, depois de
muitos pedidos e gritos, chegou às minhas mãos a declaração completa do que
ganha um Secretário. O total, eu não estava enganado, está próximo disso que
nós estamos tratando aqui. Nenhum Secretário, pelo jeito, ganha menos do que
Cz$ 38.587,00, por sinal bem longe dos Cz$ 8.000,00 que ganhei há um ano atrás.
Mas encerro, não ocupando mais o espaço de V. Exa.
O Vereador pede que eu diga que há esses negócios aí, que o Prefeito
Dib não gostava de convocar porque achava legal, mas imoral. Mas o que defendo,
Ver. Líder do PDT, é que nós estamos, inclusive, muito próximos. Apenas vamos
chancelar, ou seja, vamos oficializar um tipo novo de salário para os
Secretários. Agora, continuo com o meu constrangimento porque, no dia de hoje,
o Prefeito levou esta Casa a uma loucura aquática no sentido da molhada que
levou.
O SR. NEI LIMA: Vereador, eu gostaria de
falar em moralidade, já que V. Exa. citou três vezes, hoje, a palavra
moralidade. Imoral é um sujeito ser Secretário de Governo e fazer uma prova
para Técnico Científico do Município, só ter duas vagas, e, para não ficar tão
vexatório, ficar em segunda colocação. É diferente da moralidade de se convocar
para um Regime de Dedicação Exclusiva ou para um Regime de Tempo Integral de
trabalho. Então, fere quando V.Exa. fala que seu Governo não gostava disso ou
daquilo. O Ex-Secretário Jarbas Macedo Haag faz um concurso público no
Município e se classificou como segundo colocado. Isso é um ato de imoralidade.
O Sr. Frederico Barbosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu não quero fazer injustiça, pois, quando eu erro,
eu faço o “mea culpa”. Eu falei que o Prefeito Dib, para nós, Secretários,
achava este ato um ato que não condizia com um ato moral. Mas eu tenho
informações de que em governos anteriores faziam, porque é legal; eu estou
dizendo que é legal. É uma questão apenas...
O SR. NEI LIMA: Eu só queria dizer o que é
moralidade do Sr. Prefeito e o que é imoralidade.
O Sr. Frederico Barbosa: Isso que V. Exa. disse não
faz parte nem da minha área, até porque o Haag não é nem do meu tempo. Mas eu
quero dizer a V. Exa. que eu não estou acusando absolutamente o Secretariado,
até porque este não tem culpa nenhuma. São convocados pelo Prefeito, e este
acha que é legal e então convoca. Não quero fazer injustiça, porque V. Exa.
sabe que eu faço o “mea culpa”, de público, se injustiça eu cometer.
O SR. NEI LIMA: Ver. Frederico, peço-lhe,
tranqüilamente, que ao passar por aqueles buracos da Zona Sul - e não são só os
de Belém Novo - V. Exa. reflita sobre a necessidade que temos de votar com
tranqüilidade este Substitutivo do Ver. Hermes Dutra, que não está ótimo, mas
que está bom. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão Extraordinária e convoco os
Srs. Vereadores para a Sessão Extraordinária a seguir. Estão levantados os
trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 17h30min.)
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